Entenda o que pode ter causado o apagão na Europa

Apagão na Europa é um termo que ganhou destaque no fim de abril de 2025, após milhões de pessoas em países ficarem sem energia elétrica por várias horas. Entenda o que aconteceu.

A interrupção pegou autoridades e a população de surpresa, já que afetou serviços essenciais, como transportes públicos, hospitais, telecomunicações e aeroportos.

Diante da gravidade da situação, surgiram especulações sobre possíveis causas — de ataques cibernéticos até fenômenos meteorológicos raros.

Abaixo, você vai entender o que causou o apagão na Europa, quais países foram afetados e como esse evento pode servir de alerta para o Brasil e outros países em desenvolvimento.

O que de fato causou o apagão na Europa? Veja o motivo da falta de energia 🌍

Inicialmente, a operadora portuguesa REN informou que o apagão foi resultado de um fenômeno incomum chamado vibração atmosférica induzida, que teria sido causado por altas temperaturas no interior da Espanha.

Segundo o comunicado, esse fenômeno gerou falhas de sincronização entre os sistemas elétricos interligados de diversos países europeus, levando a uma reação em cadeia que desligou grande parte da rede.

A teoria explica que ventos fortes ou ondas de calor podem provocar tremores nos cabos de energia.

Quando a vibração atinge a mesma frequência natural dos fios, ocorre a chamada ressonância elétrica, o que amplifica a agitação dos cabos e gera sobrecarga nas linhas de transmissão.

Com a ressonância, as linhas entram em colapso, gerando falhas em cascata, especialmente em sistemas que são interligados, como o da rede elétrica europeia.

Esse tipo de situação pode ser atenuado com o uso de amortecedores elétricos ao longo das estruturas, mas não há confirmação de que esse equipamento estivesse presente em todas as linhas afetadas.

Confira contradições e outras hipóteses para o colapso ⚠️

Apesar da explicação da REN, instituições meteorológicas como a AEMET (Agência Estatal de Meteorologia da Espanha) desmentiram a possibilidade de o clima ter causado o apagão.

Especialistas como Roberto Brasero e Mario Picazo afirmaram que não houve variações de temperatura bruscas no momento do incidente.

Também não foram registradas anomalias nos ventos ou outros dados que sustentem a ideia de uma vibração atmosférica intensa o suficiente para comprometer a rede elétrica.

Com essa inconsistência, outras hipóteses ganharam espaço:

• Ciberataque: Logo após o apagão, especulou-se a possibilidade de uma ação coordenada para desestabilizar a rede elétrica. No entanto, as autoridades espanholas e portuguesas descartaram essa possibilidade após investigações técnicas detalhadas.
  
• Incêndio na França: A REN chegou a apontar que um incêndio no sul da França poderia ter danificado uma das linhas de transmissão transfronteiriças. Mas a operadora francesa RTE negou a ocorrência de qualquer incêndio na área no dia do apagão.
  
• Sobrecarga nas fontes renováveis: Muitos analistas acreditam que o problema esteja ligado à alta dependência de energias renováveis, especialmente em picos de produção e baixa demanda.
  • Sem sistemas adequados para armazenar ou redirecionar o excesso de energia, a rede elétrica pode entrar em desequilíbrio, gerando falhas em série.

Essa última hipótese é considerada uma das mais plausíveis por engenheiros de energia e acadêmicos do setor elétrico, pois a infraestrutura atual da Europa não está totalmente adaptada para o novo cenário de geração descentralizada.

Entenda como o apagão afetou a Europa 🏙️

O impacto do apagão na Europa foi sentido imediatamente em diversos setores. Em Portugal e Espanha, por exemplo, metrôs e trens pararam repentinamente, deixando milhares de pessoas presas em estações e vagões.

Hospitais precisaram ativar geradores de emergência, mas em algumas regiões os equipamentos falharam por excesso de demanda.

Nos aeroportos, o embarque e o check-in precisaram ser feitos manualmente, o que provocou atrasos e cancelamentos de voos.

Semáforos e sinais de trânsito pararam de funcionar, e agentes de trânsito foram deslocados para orientar motoristas.

A internet e a rede móvel ficaram indisponíveis em várias localidades, comprometendo inclusive a comunicação entre órgãos de segurança e serviços médicos. O blecaute também foi sentido fora do continente europeu.

Países do norte da África, como o Marrocos, que possuem interligações energéticas com a Europa, também enfrentaram cortes parciais no fornecimento.

O restabelecimento da energia levou entre 6 e 10 horas na maioria dos locais, mas oscilações e quedas pontuais continuaram sendo registradas durante o dia.

Em entrevista coletiva, o diretor de operações da Red Eléctrica da Espanha, Eduardo Prieto, afirmou que a estabilização completa poderia levar até uma semana.

Agora você entende o apagão na Europa! 📝

O apagão na Europa em abril de 2025 escancarou a fragilidade das redes interligadas em momentos de instabilidade, especialmente quando combinadas com a alta penetração de fontes renováveis de energia.

Apesar de hipóteses iniciais apontarem para causas climáticas, as evidências demonstraram que o problema é mais estrutural do que circunstancial, reforçando a necessidade de investimentos em infraestrutura elétrica moderna.

Para países como o Brasil, que também busca expandir a matriz energética limpa, o caso europeu serve como alerta.

É fundamental preparar o sistema elétrico para absorver a variabilidade das fontes renováveis, com tecnologias de armazenamento, amortecimento de carga e gerenciamento avançado da rede.

Eventos como esse demonstram que, em tempos de mudanças climáticas e transição energética, segurança e estabilidade no fornecimento de eletricidade devem ser prioridade.

FAQ ❓

1. Quais países foram afetados pelo apagão na Europa?

• Portugal, Espanha, Andorra e partes da França, Alemanha, Grécia e Marrocos foram os principais afetados, com quedas de energia entre 6 e 10 horas.

2. A vibração atmosférica realmente causou o apagão?

• Segundo especialistas meteorológicos, não. A hipótese foi descartada pela AEMET e outros meteorologistas, que apontaram falta de evidências climáticas para sustentar essa teoria.

3. O apagão pode acontecer novamente?

• Sim. Enquanto não houver reforço na infraestrutura elétrica para lidar com variações de demanda e oferta — especialmente com renováveis — apagões em larga escala continuam sendo uma ameaça.